Michelle Bolsonaro e o Apelo a Luiz Fux: Um Discurso na Avenida Paulista
Este discurso não apenas levantou questões sobre a justiça e a proporcionalidade das penas, mas também refletiu um momento de união entre os manifestantes
Foto: Montagem |
No dia 6 de abril de 2025, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro proferiu um discurso impactante durante uma manifestação na Avenida Paulista, onde defendeu a anistia para os envolvidos nas manifestações de 8 de janeiro de 2023. O evento, que atraiu a atenção da mídia e do público, foi marcado por um forte apelo emocional e críticas contundentes ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Críticas ao STF e o Caso de Débora Rodrigues dos Santos
Michelle Bolsonaro não hesitou em expressar sua indignação em relação ao que considerou a "maldade e crueldade de alguns do STF". Em particular, ela criticou a severidade da pena imposta a Débora Rodrigues dos Santos, uma cabeleireira que, em um ato de protesto, utilizou batom para pichar a frase "Perdeu, mané" na estátua "A Justiça", localizada em frente ao Supremo. A pena de 14 anos de prisão e uma multa exorbitante de 30 milhões de reais foram destacadas por Michelle como desproporcionais, especialmente quando comparadas às penalidades previstas na legislação brasileira, que estipula penas de três meses a um ano para pichação.
O Apelo Direto a Luiz Fux
Durante seu discurso, Michelle fez um apelo direto ao ministro Luiz Fux, o único magistrado de carreira no STF, que havia solicitado vista do julgamento de Débora. Ela enfatizou a importância de sua decisão, afirmando: "Luiz Fux, eu sei que o senhor é um juiz de carreira e o senhor não vai jogar o seu nome na lama." A ex-primeira-dama mencionou a situação de Adalgiza, uma mulher de 64 anos que está doente, implorando para que Fux não permitisse que mais uma vida fosse afetada por decisões judiciais severas.
A Discrepância nas Penas
Michelle também abordou a discrepância nas penas aplicadas, ressaltando que a punição de Débora é desproporcional em relação ao ato cometido. Ela citou o artigo 65 da Lei 9605/98, que trata da pichação e estabelece multas que variam de R$ 800 a R$ 10 mil. A ex-primeira-dama argumentou que a pena de 14 anos de prisão e a multa de 1 milhão de reais por ano são excessivas, especialmente considerando que a frase pichada foi rapidamente removida.
A Mobilização Popular
Por fim, Michelle reconheceu a mobilização popular que resultou na concessão de prisão domiciliar para Débora, destacando a importância da solidariedade entre os cidadãos. Ela concluiu seu discurso enfatizando o sofrimento da família de Débora, que esteve separada de seus filhos durante dois anos, e a necessidade de um olhar mais humano e justo por parte do sistema judiciário.
Este discurso não apenas levantou questões sobre a justiça e a proporcionalidade das penas, mas também refletiu um momento de união entre os manifestantes, que clamam por mudanças e por uma abordagem mais compassiva nas decisões judiciais. A repercussão desse evento e as ações futuras do STF, especialmente no que diz respeito ao caso de Débora, serão observadas com grande atenção pela sociedade.
Fonte: Jornal da Cidade Online