Mauro Cid Recebe Autorização de Moraes para Viajar
STF permite viagem de Mauro Cid a São Paulo para evento com a filha
Alexandre de Moraes e Mauro Cid: ironia — Foto: STF e Cristiano Mariz/Ag. O Globo |
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o tenente-coronel Mauro Cid, denunciado por envolvimento na tentativa de golpe em 2022, a viajar para São Paulo. A liberação é válida entre os dias 1º e 7 de abril, com o objetivo de acompanhar a filha em um campeonato de hipismo.
Mesmo após ter sido solto em 2024, Mauro Cid segue sob medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair do Brasil e de manter contato com outros investigados. As investigações abrangem os inquéritos sobre as joias da presidência, a suposta fraude nos cartões de vacinação e a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições.
Na decisão, Moraes destacou que a permissão é temporária e limitada exclusivamente ao período da viagem. “Defiro o pedido formulado e autorizo o deslocamento de Mauro César Barbosa Cid, pelo período estritamente necessário à viagem, entre os dias 1º/4/2025 e 7/4/2025, na cidade de São Paulo/SP”, registrou o relator.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal terá até 48 horas para apresentar um plano de monitoramento detalhado de Mauro Cid durante o deslocamento. O pedido foi feito na semana anterior pelo próprio Cid, que alegou presença em dois eventos: a premiação da filha como melhor atleta jovem no dia 1º de abril, e sua participação no campeonato nacional de hipismo no Jockey Club de São Paulo, entre os dias 2 e 7.
Mauro Cid foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta participação em articulações para manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022. A denúncia foi aceita pelo STF em 25 de março. Além de Cid, também foram incluídos o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Os denunciados respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado com violência, ameaça ao patrimônio da União e deterioração de bens tombados. A decisão do STF de conceder permissões pontuais a réus envolvidos em casos de tamanha gravidade levanta questionamentos sobre a real rigidez do sistema diante de ações que colocam a democracia em xeque.